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Entenda porque as Glosas de Hospitais Triplicaram em 2023

Atualizado: 12 de jan.

Nos últimos anos, temos testemunhado um aumento alarmante nas glosas hospitalares no Brasil, um fenômeno que está causando sérias preocupações no setor de saúde suplementar. Em 2023, os números revelam uma situação preocupante: as glosas hospitalares triplicaram em relação aos anos anteriores. Este aumento nas contestações de procedimentos hospitalares está afetando diretamente o setor de saúde no Brasil, e é vital que os médicos e demais profissionais de saúde compreendam a gravidade desse cenário.





As glosas hospitalares, que representam a contestação de contas apresentadas por hospitais às operadoras de planos de saúde, aumentaram significativamente em 2023. Anteriormente, a taxa de glosa era de 3,5%, o que significava que, para uma conta de R$ 100, apenas R$ 3,50 eram questionados. No entanto, essa taxa saltou para 9%, refletindo um aumento substancial nas contestações por parte das operadoras.



Crise no Setor


Uma das principais razões para esse aumento é a crise sem precedentes enfrentada pelo setor de planos de saúde. Em 2022, o setor registrou um prejuízo operacional de R$ 10,7 bilhões, o pior resultado desde o início da série histórica em 2001. Até junho de 2023, o prejuízo já atingiu R$ 4,3 bilhões, e a perspectiva é que esse valor alcance novamente a marca dos R$ 10 bilhões até o final do ano.

As justificativas para a crise são diversas, mas as duas principais dificuldades que vem sendo enfrentadas são o aumento das coberturas inclusas no rol de procedimentos da ANS e a demanda reprimida por procedimentos não emergenciais acumulada no período da pandemia de Covid-19.


Com o aumento dos procedimentos inclusos no rol da ANS (medicamentos para tratamento de câncer, imunobiológicos para doenças inflamatórias, cirurgias cardíacas e uma série de outros procedimentos e terapias), os planos precisaram incluir tais procedimentos nas coberturas e, consequentemente, repassar o aumento dos custos que esses procedimentos geram para a operadora para os consumidores. O reajuste dos preços foi brutal e desagradou muitos beneficiários, reduzindo assim a base de clientes dos planos. Isso significa que os planos tiveram aumento em seus custos e não conseguiram compensar integralmente o aumento na sua receita, gerando um prejuízo generalizado.


Além disso, o período de pandemia forçou muitos hospitais a não realizarem procedimentos e terapias não emergenciais, para conseguirem lidar com a demanda gerada pelos casos de Covid-19 e também para não expor mais pessoas ao risco de contágio. Com o fim da pandemia, a demanda de procedimentos que ficou reprimida durante esse período precisou ser "escoada", levando os custos de procedimentos (para os planos) a um aumento repentino e desproporcional, afetando também o resultado dessas operadoras, que não tiveram tempo de reagir e reajustar os planos ou criar barreiras para conter ou lidar com o aumento.

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Dificuldades Criadas pelas Operadoras


Para lidar com a pressão financeira decorrente da crise no setor, as operadoras de planos de saúde têm adotado estratégias que dificultam o processo de pagamento aos hospitais. Uma delas é a imposição de um limite de pagamento por mês, independentemente do número de pessoas atendidas ou procedimentos realizados. Além disso, as operadoras têm estabelecido um único dia para o envio de faturas mensais, o que complica ainda mais a situação.

Tais restrições têm gerado certa dificuldade para os hospitais no envio das contas a serem pagas, abrindo muito mais margem para questionamento (glosas) por parte dos planos. Além disso, os critérios de questionamento de procedimentos aparentemente ficaram mais rígidos, contribuindo ainda mais para a retenção dos pagamentos.


Mesmo que boa parte desses valores ainda seja devido e será pago em algum momento, com essa estratégia as operadoras conseguem, ao menos, gerar um pouco de caixa. Com os custos altos e as receitas insuficientes, criar esse "crédito" com os hospitais ajuda a operadora a ter um certo folego para pagar as contas. Considerando que a retenção do pagamento desses procedimentos representa quase 10% do total de pagamentos, isso significa que o operador consegue protelar 10% dos seus custos, postergando seu pagamento, deixando mais dinheiro de sobra para arcar com outras despesas.



Opinião dos Hospitais


A Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) destaca a necessidade de diálogo para encontrar soluções para a crise. Eles enfatizam que essa crise não é apenas de um segmento, mas de todo o sistema de saúde suplementar. A ANAHP insiste que resolver essa situação exige um esforço conjunto de todas as partes envolvidas, incluindo operadoras, hospitais, governo e reguladores.

Por mais que exista a compreensão de que as operadoras necessitam de estratégias para sobreviver a crise, essas estratégias não podem fazer o uso de dinheiro que pertence aos hospitais e aos profissionais da saúde que precisam desse pagamento para sobreviver também.


Contudo, crises financeiras geralmente não deixam muitas opções aos afetados e toda a cadeia sofre. Se a operadora não trabalhar custos, impactando hospitais e médicos, ela precisa aumentar receitas (ou seja, preço), afetando assim os beneficiários do plano, que dependem do plano de saúde, muitas vezes, para viver.



A Importância de Controlar as Glosas


Tendo em vista toda essa situação, o controle adequado das glosas hospitalares tornou-se mais crítico do que nunca. Com quase 10% dos pagamentos que deveriam beneficiar hospitais retidos devido a contestações, a qualidade da assistência médica prestada aos pacientes está em risco. Profissionais de saúde desempenham um papel fundamental nessa equação, assegurando que os procedimentos necessários sejam devidamente documentados e justificados, contribuindo assim para a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar e, o mais importante, para o bem-estar dos pacientes.


Para enfrentar eficazmente o desafio das glosas hospitalares e garantir a melhor assistência médica possível, é fundamental contar com profissionais especializados em controle financeiro. Na Bonet & Cia, temos uma equipe dedicada a auxiliar médicos e profissionais de saúde a navegar por esse cenário complexo, assegurando que cada procedimento seja devidamente registrado e faturado, permitindo que você foque no que faz de melhor: cuidar dos pacientes. Entre em contato conosco hoje mesmo e juntos, vamos garantir a qualidade e a eficiência da sua prática médica.




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